Fiscais agropecuários estaduais conquistam data comemorativa oficial. Mas, a luta continua pelo concurso público na SEAGRI e na ADAB, carência de servidores no órgão começa a despertar preocupações no setor produtivo.
A criação desta data no Calendário Oficial do Estado da Bahia, conforme publicado no Diário Oficial do dia, 04/02, agora no dia 6 de junho de cada ano como data comemorativa ao Fiscal Estadual Agropecuário é motivo de celebração sim, mas também de reflexão quanto ao futuro da função diante das incertezas com as ameaças de terceirização e precarização das atividades. Bem verdade, os médicos veterinários ganham mais uma data para serem lembrados, em especial, os Fiscais Agropecuários, isto significa uma maior valorização da categoria. De fato, nada mais justo, afinal, este profissional exerce papel fundamental na garantia de qualidade, saúde e segurança alimentar à população. A presidente em exercício do SINDIMEV, Izana Fiterman, comemorou o reconhecimento conquistado, e ressaltou que “eles realizam um trabalho estratégico e muito importante na defesa da agropecuária, cuidando da sanidade dos animais, impedindo nas barreiras a entrada de pragas nas lavouras e protegendo o rebanho baiano contra doenças que podem causar graves prejuízos econômicos e sociais, caso sejam identificados em nosso estado, agora é preciso lembrar da essencialidade destes profissionais no serviço público ”.
Com a força do trabalho dos fiscais estaduais, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), é responsável por realizar inspeção e controle da saúde dos animais e vegetais, garantindo o nível de proteção adequado aos consumidores, bem como a melhoria do meio ambiente e a segurança do patrimônio agropecuário do Brasil. A agricultura e o rebanho da Bahia são livres de diversas doenças e pragas com grande potencial de destruição, a exemplo da Febre Aftosa, doença que a Bahia é livre com vacinação, status conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) há 15 anos.
A ADAB conta hoje com pouco mais de 350 Fiscais Estaduais Agropecuários, número considerado insuficiente para dar contra das grandes responsabilidades assumidas. Ainda assim, seu corpo técnico é reconhecido no Brasil como referência na execução dos programas instituídos pelo Ministério da Agricultura e Organizações Internacionais, a exemplo da OIE. Infelizmente, o governo da Bahia insiste em não realizar o concurso público que poderia proporcionar maior tranquilidade aos produtores e agronegócio baiano, a partir de um maior contingente de fiscais nas barreiras sanitárias em divisas do Estado, no trabalho de vigilância em propriedades, no combate ao abate clandestino e inspeção nas indústrias.
