DISCURSO EM HOMENAGEM AO DIA DO MÉDICO VETERINÁRIO
SESSÃO ESPECIAL – 09 DE SETEMBRO DE 2013 – ALBA
Gostaria de dizer que pra mim é uma alegria e ao mesmo tempo um privilégio participar de tão nobre sessão. Antes, gostaria de prestar uma homenagem especial a Dra. Nilzete Clarinda, aqui presente, ex-presidente do SINDIMEV e da UNIMEV, uma das três pessoas indicadas ao prêmio Fúlvio Alice deste ano, pelo apoio, confiança e incentivo para que eu continuasse o trabalho à frente do Sindimev, ela e outros valorosos companheiros do sindicato, mesmo diante das dificuldades, nunca desistiram de manter viva nossa entidade sindical. por favor, uma salva de palmas para dra. Nilzete.
Poderia repetir no meu discurso a importancia do médico veterinário na sociedade, não vou fazê-lo, porque meus antecessores na tribuna já o fizeram brilhantemente. Hoje é o dia do médico veterinário. Porém, mais do que celebrar essa data marcante para a profissão, é indispensável refletir sobre o presente e o futuro, ao propormos a realização desta sessão ao deputado Joseildo Ramos, as entidades de classe pretendiam é claro, evidenciar a importância da profissão de Médico Veterinário que trabalha de forma apaixonada e intensa, em beneficio da saúde animal e da saúde humana. Mas, não podemos deixar de expor nesta oportunidade os desafios colocados para a classe em nossa luta cotidiana.
Motivos para comemoração são muitos, mas os desafios continuam, sobretudo, quando existe no mundo milhões de pessoas vítimas da pobreza e da fome. No Brasil e na Bahia, muitos foram os avanços na economia, na distribuição da renda e na inclusão social, todavia profissionalmente, em especial na Bahia, os médicos veterinários precisam ser mais valorizados, é preciso gerar mais empregos, propiciar salários decentes e melhores condições de trabalho, respeitar os direitos trabalhistas, acabar com as injustiças e cumprir o salário mínimo profissional.
Isso exigirá de todos nós, uma maior responsabilidade social. A participação do profissional em todos os aspectos da vida do nosso país é uma exigência que extrapola a simples consideração de ser mais um profissional a competir no mercado de trabalho, é preciso intervir coletivamente no campo político e social, só assim, a sociedade reconhecerá o nosso valor. Não basta uma excelente formação técnica, é indispensável uma formação cidadã e política, é necessária uma consciência de classe, que permita reivindicar melhorias para o nosso povo, nossa cidade e nosso país, com ética, ação coletiva, diálogo, liberdade e respeito aos demais colegas e entidades de classe. é preciso que a classe se articule politicamente para defender os interesses da sociedade e seus interesses profissionais. no exercicio profissional é preciso de mais inspiração e menos transpiração em busca da valorização.
Esse reconhecimento da sociedade não será dado de graça. é preciso muita mobilização, luta, engajamento profissional e ação política. as entidades de classe possuem um papel importante, mas, cabe ao profissional em torno e unidos, reivindicar as melhorias que desejamos alcançar. precisamos de mais ousadia e atitude cidadã dos profissionais médicos veterinários.
Vivemos tempos estranhos, uma nova era dizem, ainda, não temos clareza da história que estamos construindo, as manifestações e os protestos de ruas em junho deste ano demonstraram um pouco isso. somos testemunhas de um novo Brasil, uma nova Bahia, mas nossa gente quer mais, os médicos veterinários, também, querem mais. O Sindimev está preparado para enfrentar estes desafios.
O Brasil nas últimas décadas experimentou avanços no campo econômico e social, paralelo a isso, incentivou a criação de muitas faculdades de medicina veterinária, todos os anos centenas de profissionais são jogados no mercado de trabalho, sem que haja empregos para todos eles. a paixão pela profissão, muitas vezes se transforma em decepção e frustração. Não podemos negligenciar este fato. Os governos federais, estaduais e municipais não realizam concursos há anos e a iniciativa privada não absorve todos os profissionais formados. para piorar, viu-se recentemente uma secretaria de estado realizar concurso para área ambiental, sem prevê a participação de médicos veterinários. Aos que estão empregados, vemos a precarização do trabalho, o desrespeito aos direitos e falta de valorização profissional. mudar essa realidade não é papel apenas das entidades de classe, é uma tarefa de todos nós. o sindimev têm feito sua parte, mas urge mais apoio da categoria. Se estivermos unidos, juntos com as demais entidades de classe poderemos muito mais.
O governo federal após muita luta, anunciou finalmente a realização do concurso no ministério da agricultura. É preciso enfrentar a defesa agropecuária como questão de soberania nacional, aqui na Bahia não pode ser diferente, no oeste baiano o mapa decretou recentemente estado de emergência fitosanitária, por conta de uma lagarta que tem atacado as lavouras de soja e algodão, que estranhamente adentrou em nosso país. Vimos o que aconteceu no Mato Grosso do Sul e Paraná no surto de febre aftosa no ano de 2005, e não queremos que isso se repita, nem na Bahia, nem no Brasil. Um vacilo na defesa agropecuária pode acarretar na economia, prejuízos de milhões, milhares de desempregos e embargos comerciais. Estes alertas demonstram o quanto é importante aumentarmos os contingentes de profissionais na gestão estratégica da defesa agropecuária na Bahia e no Brasil.
Da mesma forma que a presidente Dilma criou o programa “Mais Médicos”, como sugestão, a Bahia de Wagner precisa criar o “Mais Médicos Veterinários”, meu caro Eduardo Salles, sabemos de seu empenho, mas, precisamos realizar concursos públicos na secretaria de agricultura, adab e ebda e parar com as contratações emergenciais, mediante redas, com salários vergonhosos. Leve essa mensagem ao nosso governador. Precisamos enfrentar juntos estes problemas. Não tenho dúvidas que o deputado Joseildo Ramos será parceiro nesta empreitada.
Apesar de tudo isso, a dedicação dos servidores da adab ao longo de mais de 25 anos, colocou a Bahia em posição de destaque no cenário nacional em defesa agropecuária e inspeção de produtos agropecuários, médicos veterinários são os responsáveis pelo atual status sanitário privilegiado, que permite a ampliação do mercado aos produtores rurais, a geração de milhares de empregos e o aquecimento da economia. Assim, é com muito orgulho que fui diretor daquela autarquia e rendo homenagem aos dedicados profissionais da adab reconhecendo sua importância na pessoa do seu atual diretor geral, meu amigo, Paulo Emílio Torres.
O governo Dilma através do ministério da saúde incluiu o médico veterinário no núcleo de atendimento da saúde da família (nasf), por entender sua importância nas políticas públicas do SUS, sobretudo na atenção básica. Entretanto, muitos municípios relutam em contratar estes profissionais, e pior, quando contratam querem pagar míseros R$ 1.500,00 para uma jornada de 40 horas/semanais. É preciso protestar e boicotar tais concursos. Não podemos aceitar passivamente esta situação.
Para finalizar, gostaria de aproveitar para reivindicar apoio político dos parlamentares e das autoridades presentes nos pontos aqui destacados, no sentido de promover medidas e legislações que promovam os interesses da coletividade, seja na saúde pública, na defesa do consumidor, na economia e no emprego destes dedicados trabalhadores, que garantem mais de 40% do PIB nacional. Na Bahia, prosseguiremos com muito trabalho, muita luta e dedicação para dar respostas à sociedade. Agradecemos ao deputado Joseildo Ramos pelo apoio que têm dado aos médicos veterinários baianos.
A Bahia quer mais, a luta continua!
Parabéns a todos os médicos veterinários do Brasil e da Bahia.
obrigado.
