ENTREVISTA EXCLUSIVA – PRESIDENTA DO CRMV-BA

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1.      Como a Senhora avalia o atual cenário profissional para os Médicos Veterinários?

Sou bastante otimista. Em um país com as dimensões geográficas e o potencial agropecuário como o Brasil o médico veterinário desponta como profissional de grande importância, seja na área de grandes animais seja na área de pet. A área de alimentos é outro segmento em que a inserção do médico veterinário é fundamental e no tocante à inspeção dos produtos de origem animal, a atuação do médico veterinário é privativa.

A inclusão do médico veterinário no NASF foi uma grande conquista da nossa classe e esse espaço precisa ser imediatamente ocupado por nós, que somos profissionais da saúde pública.

O mercado de trabalho é promissor. Existem áreas que ainda precisam ser mais ocupadas por médicos veterinários, a exemplo de meio ambiente, aquicultura, Medicina Veterinária Legal, Medicina Veterinária Complementar, entre outras.

2.      De que forma pretende unificar os interesses dos profissionais e das entidades de classe médica veterinária?

Exercendo uma gestão participativa, ouvindo as demandas dos profissionais, dialogando com as entidades. A função básica dos CRMV’s é a fiscalização profissional e, consequentemente, a defesa da sociedade contra maus profissionais e contra os não habilitados para exercerem a profissão de médico veterinário. Disto não podemos nos afastar.

Entretanto, se as entidades da Medicina Veterinária, cada uma na sua área de atuação, se debruçarem juntas nas discussões de interesse da classe, com certeza muitas conquistas virão.

A equipe do CRMV/BA está disposta e aberta a essas interlocuções.

3.      Quais os principais pleitos da classe e o que tem sido feito para atendê-los?

Uma das principais demandas é a fiscalização do exercício profissional e dos estabelecimentos ligados à Medicina Veterinária. Neste ponto estamos intensificando a fiscalização, colocando os fiscais nas rotas de fiscalização de modo que todo o Estado seja percorrido duas vezes por ano.

Outro pleito da classe é celeridade nos processos administrativos que chegam ao CRMV/BA. Para se ter uma idéia, em nossas Plenárias não são apreciados menos de 150 processos pelo corpo de Conselheiros; são reuniões que duram todo o dia mas esgotamos toda a pauta.

Outra dificuldade vivenciada é com o nosso cadastro de pessoa física e jurídica. Há necessidade urgente de atualizações. Para isto estamos buscando com adoção de ferramentas modernas. Além dessas, chegam até nós questionamentos quanto a salário profissional, editais de concursos que não contemplam médicos veterinários, invasão de competências, entre outros que estamos direcionando ao Setor Jurídico para possíveis soluções.

4.      Como encontrou a autarquia e que mudanças pretende implementar nos primeiros meses de gestão?

Encontramos a Autarquia bem mais organizada que a encontramos há quatro anos atrás.

Alguns setores foram departamentalizados, com a criação dos Departamentos de Fiscalização Cadastro, Departamento Administrativo e Patrimonial e Departamento Financeiro, com responsabilidades definidas. As rotinas administrativas estão bem ajustadas. Fatos que foram constatados por alguns Presidentes de outros Conselhos Regionais que aqui estiveram conosco em uma reunião administrativa. O CRMV/BA encontra-se alinhado às atuais legislações da administração pública. Entretanto, ajustes são sempre necessários.

Há normatizações de procedimentos administrativos que precisam ser implantadas para facilitar o trâmite de processos dentro da Autarquia e tornar mais eficaz nossas ações. Há necessidade de um planejamento estratégico, com estabelecimento de metas e definição de ações a serem seguidas para uma gestão moderna, eficiente e, principalmente, eficaz.

5.      Quais as suas expectativas à frente da entidade nos próximos anos?

Considero importante a criação desse “Conselhão” nos moldes do que já existe na Medicina. Representa uma instância maior, envolvendo todas as entidades da Medicina Veterinária, onde seriam discutidas todas as demandas de interesse da classe de modo conjunto, com a participação de todas, inclusive com divisão de responsabilidades.

6.      Na sua avaliação a qualificação profissional disponível está de acordo com as necessidades do mercado? O que ainda pode ser melhorado?

A capacitação profissional deve ser constante. Existem áreas de atuação ainda pouco exploradas pelos médicos veterinários, o que tem permitido, de certo modo, a invasão de outras profissões. É necessário preenchermos essas lacunas. Áreas como gestão ambiental, gestão da qualidade, aquicultura, gestão empresarial, tecnologia de alimentos, Medicina Veterinária complementar, alternativa, Medicina Legal, animais silvestres, entre outras, são áreas que ainda precisam ser mais conhecidas pelos médicos veterinários.

7.      O que a senhora recomenda aos que desejam ingressar na profissão?

Saber mais e fazer melhor com competência, aptidão e proficiência para exercer a atividade profissional. E o que a sociedade e o mercado estão exigindo.

8.      Qual o rumo que a Medicina Veterinária deve tomar nos próximos anos?

Não podemos mais pensar em uma Medicina Veterinária apenas curativa. E preciso ir além. Exercer a Medicina Veterinária com espírito empreendedor, com conhecimento mercadológico, com visão da produção animal, comprometida com o bem-estar animal, ter uma visão crítica da realidade sócio-econômica e cultural do país e da nossa responsabilidade profissional neste contexto. A sociedade exige uma Medicina Veterinária comprometida com o equilíbrio ecológico e o desenvolvimento sustentável. Permanentemente preocupada com o impacto ambiental nas atividades desenvolvidas em todos os seguimentos das cadeias de produção animal. Só assim teremos a Medicina Veterinária cada vez mais reconhecida e valorizada.

9.      Tivemos momentos turbulentos nas gestões passadas, isso tá superado? Como anda a relação com as demais entidades de classe?

Estamos vivendo um novo momento na Medicina Veterinária baiana. Tivemos todo o apoio da gestão passada, inclusive com uma gestão de transição bem tranquila.

10.  Atualmente, apenas a ANCLIVEPA se encontra nas dependências da autarquia, a senhora pretende trazer as outras entidades (SINDIMEV E SMVBA) para a “Casa do Veterinário” ou dará o mesmo tratamento à ANCLIVEPA, solicitando a entrega da sala que ora ocupa?

Quanto a albergar as entidades da Medicina Veterinária na sede do CRMV/BA, faz-se necessário um estudo com fundamentação legal dessa possibilidade. Esta é uma questão jurídica. É nossa intenção que as entidades que saíram, retornem. Por outro lado, há necessidade de adequação do espaço físico. O CRMV/BA cresceu muito e a atual estrutura física não comporta outras entidades. E preciso um projeto arquitetônico para adequar essas demandas. Já estamos providenciando, mas leva um certo tempo.

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